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Opinião, reflexão, análise. Pass(e)ar também pelos campos da criatividade e outras paragens que surjam nesta viagem.
Ora, no seguimento da publicação que fiz sobre qual a lógica da subida das taxas de juro feita pelo BCE, em que referi que não percebia a lógica do aumento num momento em que a banca está, de novo, numa situação de fraqueza, fui procurar respostas ao estudo da cadeira de Economia e ainda dar uma espreitadela pela imprensa e tentar perceber quais os fundamentos/argumentos usados pelo BCE para justificar a subida das taxas.
Assim, tudo começa pela justificação de que o aumento das taxas visa combater a inflacção que nos afecta actualmente.
Em qualquer economia de mercado é normal que exista uma oscilação no preço dos bens. Só assim o mercado funciona como tal, permitindo ao consumidor a procura do bem que tenha a melhor relacção preço/qualidade de acordo com aquilo que procura. Ora esta oscilação acontece e é vista bem a bem.
Quando se fala em inflacção, aquilo que se verifica é um aumento geral do preço dos bens, que vai muito além das "simples" regras do mercado. Como resultado dessa subida do preço de todos os bens, o poder de compra do consumidor é reduzido, pelo que se pode entender que exisitrá, em consequência, uma desvalorização da moeda (aquilo que se comprava antes com X euros, actualmente já não é possível).
Esta inflacção, segundo os entendidos, existe pelo efeito cumulativo de 3 situações:
Consideram ainda os especialistas que as próprias actualizações salariais têm impacto no preço final dos bens. As empresas vai imputar aos consumidores o valor das acrualizações aos seus trabalhadores através de um aumento nos preços.
O argumento usado pelo Banco Central Europeu para o aumento das taxas passa pela ideia de que:
Como só quis perceber a lógica do BCE quanto às motivações do aumento das taxas de juro, fico-me por aqui e não vou abordar as políticas do governo neste mesmo contexto.
Portanto, e resumindo: o argumento que o BCE usa é o de que provocando o empobrecimento e favorecendo o desemprego, tal irá fazer diminuir a pressão existente relativamente à procura, reduzindo-a, levando a que as empresas tenham de baixar preços, o que provocará uma redução na inflacção. Ou seja, subjaz a ideia de que empobrecendo os cidadãos, a inflacção irá reduzir.
E é isto, números. Esquece-se o factor humano. Esquece-se o quadro familiar de um casal a querer alimentar os filhos e não poder porque a política salvadora é a de que esse casal fique desempregado (o que determinará a existência de medidas de apoio estatais às famílias carenciadas, medidas essas que a senhora Christine Lagarde também quer eliminar - porque manterá o empobrecimento).
Vamos ver se resulta... e a que preço.
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Ver:
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